Você sabe o que é procrastinação? Nada mais é do que adiar ou prolongar uma situação. É quando você fica “muito ocupado” fazendo coisas que não precisa ou que não são urgentes, para evitar fazer coisas que realmente são prioritárias. Mas afinal, quem nunca né! Nesse artigo você vai entender porque tanta gente anda procrastinando por aí, inclusive você!

Na prática você não está sozinho

Apesar de não ser um comportamento positivo e produtivo, todos nós, sem exceção, em algum momento procrastinamos em assuntos ou temas de diferentes relevâncias na nossa vida, seja para arrumar a bagunça do quarto, ou terminar aquele ppt que seu chefe pediu.

A nossa tendência, infelizmente, é essa mesmo, de adiar atividades que não nos são prazerosas, é aquele “deixar para depois”, sem lembrar que haverá consequências para esse ato.

A culpa é de quem?

Tentando achar um bom culpado para essa tendência que nos atrasa mais do que ajuda, resolvemos investigar alguns dados e encontramos um estudo da Universidade do Colorado que nos mostrou que a procrastinação e a impulsividade estão diretamente relacionadas, e ainda ligadas a nossa genética.

O que a impulsividade tem a ver com isso? Boa pergunta. Você já parou para pensar que hoje agimos obedecendo às urgências que aparecem na nossa vida e não as prioridades em si? Aquele estudo ou análise que seu chefe pediu é facilmente substituído pelo ppt de uma apresentação que surgiu para a mesma semana, e por aí vai…

E a genética? No estudo que falamos, pesquisadores utilizaram como metodologia, a genética do comportamento para testar que a procrastinação surgiu como um subproduto da impulsividade. Vamos tentar simplificar a ideia para você: imagine três grupos possíveis, sendo o primeiro uma mostra que a procrastinação é hereditária; o segundo, que tanto a impulsividade quanto a procrastinação compartilham variação genética considerável; e o terceiro, que a capacidade de gerenciamento dos nossos objetivos é um componente importante dessa variação genética.

Agora, vamos aos resultados. Os três grupos previstos foram confirmados. Para o primeiro grupo o resultado indicou que a procrastinação alcançou 46% de chance de ser hereditária, e a impulsividade, 49%. Para o segundo grupo, a pesquisa indicou que a impulsividade e a procrastinação são possíveis de separar no nível fenótipo (feno o quê? Fenótipo são as características que resultam dos nossos genes, mais a influência de fatores ambientais e a possível interação entre os dois), mas não no nível genético. Finalmente, para o terceiro grupo, a variação da nossa capacidade de gestão dos objetivos foi responsável por grande parte dessa variação genética compartilhada.

Ufa! Momento conclusão: os resultados então sugerem que a procrastinação e a impulsividade estão ligadas por influências genéticas na nossa capacidade de usar de metas de alta prioridade para efetivamente realizar as nossas ações.  

O ministério da saúde adverte

Procrastinar pode se tornar um problema sim, e isso acontece quando de simples ato ocasional, isso se torna um hábito. Ou seja, você inconscientemente passa a subestimar o tamanho de uma tarefa, ou até mesmo passa a se auto-sabotar, diante das suas tarefas.

A procrastinação também pode ser vista pelo aspecto de recurso de fuga de alguma situação estressante ou quando não estamos confortáveis com o desconhecido ou com situações de estresse que tem soluções fáceis, porém não resolutivas. Nessas horas, o nosso recurso é sempre evitar ou deixar para depois.

A expectativa também é um item de colaboração aos procrastinadores. A dificuldade diante de um problema ou desafio faz com que a tendência natural seja adiar entrar em contato com esse fator.

Por fim, a procrastinação, além dos seus mais variados efeitos (quase sempre negativos) diretos em nossa vida pessoal e profissional, também pode despertar sentimentos e problemas como a baixa autoestima , depressão e estresse, prejudicar sua carreira, a produtividade, relacionamentos e até mesmo sua saúde.

Eu procrastino, tu procrastinas,…

Sim, temos como classificar diversos tipos de procrastinadores, veja:

O tipo que adia a tarefa por estar dominado pela pressão, prazo, falta de habilidade e falta de foco:

A pessoa tem a tendência de achar que precisa relaxar para entregar a tarefa e depois se desespera quando o tempo vai se esgotando, caindo em um ciclo vicioso, onde tudo é feito na última hora e muitas vezes em qualidade inferior à capacidade do indivíduo.

O tipo que vive fazendo lista de tudo que precisa ser feito:

A lista se torna interminável, pois ele põe o item e o subitem, por exemplo: o item é trabalho da faculdade e o subitem seriam os tópicos a serem pesquisados. Normalmente, estes indivíduos não conseguem priorizar as atividades, muitas vezes deixando-as apenas em uma lista. Organizar os seus afazeres é positivo, mas não quando isso consome um precioso tempo que deveria ser utilizado na realização de uma tarefa mais corriqueira e não em um longo planejamento de uma lista de coisas a serem feitas.

O tipo que quando precisa fazer algo, acaba dormindo:

A pessoa tem que estudar para uma prova, pega o livro e acaba dormindo. Precisa lavar louça, almoça e dorme. Frente a uma atividade não prazerosa, ele julga que o melhor é dormir. O problema é que quando ele acorda para fazer o que precisa ser feito o tempo passou e aí bate o desespero.

O tipo que deixa para amanhã:

Geralmente esse tipo de procrastinador não tem um prazo definido para realizar aquela tarefa, então ele pensa sempre em postergá-la para um momento futuro. Tudo se torna uma desculpa para ele ter deixado para amanhã. Ele mesmo se convence de que amanhã vai fazer de qualquer jeito, ele sempre acredita que haverá o amanhã. E às vezes, esse amanhã nunca chega para esta pessoa.

O tipo que troca dever por prazer:

Redes sociais, vídeos no YouTube,  jogos e séries são excelentes ferramentas para os procrastinadores, pois eles sempre acham que só um minutinho não vai atrapalhar em nada, mas o problema é que os minutinhos se tornam horas e eles nem percebem o tempo passar e quando se dão conta, novamente, vem o desespero.

Abaixo a procrastinação!

Agora, veja as dicas para você evitar ser procrastinador:

  • Não pense muito, o importante é dar o primeiro passo: as tarefas que não são prazerosas têm de ser feitas. Faça logo e sinta-se satisfeito por já ter feito aquilo que era muito chato. Afinal, a tarefa chata cumprida pode levar ao prazer e a satisfação;
  • Descubra em que momento do dia você rende mais: quando você está mais disposto, você conclui mais rápido e melhor as tarefas menos prazerosas.
  • Procure listar suas tarefas priorizando as mais importantes para menos importantes: só não se esqueça de não fazer desse processo uma atividade maior do que a realização da própria tarefa;
  • Coloque prazos menores em suas atividades pode ajudar a realizá-las: o prazo pode ser a diferença em fazer ou não fazer. Se não for importante a tendência é “empurrar” com a barriga, postergar o máximo possível;
  • Combata a distração para focar na ação: identifique quais são os fatores que lhe causam distração e fique longe deles. Se sua distração está nas redes sociais, não entre nem para dar uma olhadinha. Se for a televisão, mantenha ela desligada. Se você conseguir ficar longe dos fatores que lhe causam distrações irá o auxiliar a realizar as tarefas necessárias;
  • A terapia também pode ser uma ferramenta importante para se ter novos comportamentos em relação ao ato de procrastinar: a procrastinação crônica, que prejudica de forma muito mais profunda o indivíduo, não permite que a pessoa perceba o que realmente está acontecendo, criando uma autodefesa frequente de se enganar pensando apenas que o problema está em querer fazer algo de forma perfeita e em condições ideais.

Para entender mais:

Está em dúvida se o seu grau de procrastinação é elevado demais? Converse com um amigo, um colega de trabalho e peça um feedback honesto e imparcial. E se tiver condições, procure um psicólogo no Zenklub.